sábado, 17 de outubro de 2009

MADRUGADA

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Entro madrugada a dentro
as horas vão se passando,
mas não quero dormir

Eles estão todos aqui
uma grande reunião de sentimentos
resolveram vir todos de uma vez só

Como é possível as lágrimas rolarem de tristeza e de alegria,
de claridade e de escuridão,
de culpa e de compreenssão,
de medo e de esperança...

Quero gritar
um grito silencioso...
pois, que ouvido irá compreender
o que este coração enlouquecido
clama...
anseia...
pelo socorro
que parece estar em nenhum lugar...

Olha para todos os lados
mas a solidão prevalece
ao ver que ninguém pode ouvir
todos estão tão longe...

Não posso dormir
não quero acordar dentro do mesmo vazio
repetindo as mesmas coisas
quero morrer e renascer a cada dia

Não posso dormir
tenho receio de me acalmar
de não mais sentir esta loucura
de acordar e continuar dormindo
como todos que vivem aquela mesma coisa repetida, sem vida
como máquinas direcionadas por um sistema...inconscientes...

Não, não quero dormir!
eles estão todos aqui
não posso deixá-los ir
acordados na hora em que o corpo iria dormir
este, que agora tratará de aguentar
esses visitantes barulhentos
que desarrumam toda a casa

Os olhos a inundar todo o corpo
o corpo a se arrastar pelo chão
e o peito, quase sem respiração...
tocando fogo...
queima...
queima...
....o sol já vai chegar!

2 comentários:

  1. Cacá, que lindo! Me vi em tais palavras... o mesmo como me acontece por inúmeras vezes.

    Beijinhossssssssssss, linda!

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  2. Um belo poema, Carol! Eu que a conheci há alguns dias, cantando, de maneira indizível, mágica, vejo que vc conseguiu, nestes versos, dizer muito do que a maioria de nós sentimos, mas nem conseguimos traduzir. "Traduzir-se"! Eis a questão, talvez, não é, senhor Hamlet? Um bj no coração, Carol!

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