terça-feira, 10 de novembro de 2009

Encantada


O prazer e a dor de se encantar,
A força motivadora que move
e o desejo que aprisiona.

Me encanto porque não sei?
Até onde quero saber então?

Ou me encanto porque sei?
Porque reconheço a beleza
que existe em todas as coisas?

Tudo é mais colorido.
Mas o que acontece quando tudo perde o brilho?
Quando o doce não é mais tão doce,
Quando o som já não enleva
Quando o perfume já não alenta
E fica o vazio...

Morte ou liberdade?

O que nos move? o que nos move?

Quando pensamos que somos algo, vemos
que não temos controle sobre nossos desejos.

Quando Deus quer, dá, tira..
e aí, o que é que fica?

E a beleza que encanta?
Parece que quanto mais racionalizada mais distante.
A espontainedade, e a pureza infantil, absorve mais o que é belo.

Mas tenho que raciocinar, pra não me deixar levar?

Estamos sempre sob feitiço
Da vida
Que nos guia
Enquanto ainda não assumimos o controle do nosso poder interno
De promover e fazer acontecer de acordo com o universo.

Ela manda a gente pra lá e pra cá
Pois ainda somos crianças.
Precisamos ser encantados.

sábado, 17 de outubro de 2009

MADRUGADA

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Entro madrugada a dentro
as horas vão se passando,
mas não quero dormir

Eles estão todos aqui
uma grande reunião de sentimentos
resolveram vir todos de uma vez só

Como é possível as lágrimas rolarem de tristeza e de alegria,
de claridade e de escuridão,
de culpa e de compreenssão,
de medo e de esperança...

Quero gritar
um grito silencioso...
pois, que ouvido irá compreender
o que este coração enlouquecido
clama...
anseia...
pelo socorro
que parece estar em nenhum lugar...

Olha para todos os lados
mas a solidão prevalece
ao ver que ninguém pode ouvir
todos estão tão longe...

Não posso dormir
não quero acordar dentro do mesmo vazio
repetindo as mesmas coisas
quero morrer e renascer a cada dia

Não posso dormir
tenho receio de me acalmar
de não mais sentir esta loucura
de acordar e continuar dormindo
como todos que vivem aquela mesma coisa repetida, sem vida
como máquinas direcionadas por um sistema...inconscientes...

Não, não quero dormir!
eles estão todos aqui
não posso deixá-los ir
acordados na hora em que o corpo iria dormir
este, que agora tratará de aguentar
esses visitantes barulhentos
que desarrumam toda a casa

Os olhos a inundar todo o corpo
o corpo a se arrastar pelo chão
e o peito, quase sem respiração...
tocando fogo...
queima...
queima...
....o sol já vai chegar!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nosso olhar

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Nós podemos olhar uma situação de diversas formas, a maneira como olhamos é que forma a realidade.
Tenho saudade do tempo onde a ingenuidade e o puro coração não percebiam a maldade, a dor, a tristeza. Onde o caminhar não era tão difícil...
Até que ponto devemos acordar e nos tornar maliciosos ou cultivar o olhar puro, na esperança de que é ele quem contrói a realidade?
Infelizmente, não podemos viver como no filme " A vida é bela" em que em pleno horror dentro de um campo de concentração nazista, um pai consegue disfarçar a realidade para seu filho, conseguindo que este acreditasse que nada de ruim estava acontecendo.
Mas ainda assim eu digo que é o nosso olhar que faz a realidade.
Não o olhar puro pela ingenuidade.
Falo do olhar que acredita na renovação, no brotar da luz na escuridão.
Que consegue enxergar a vitória do amor e da coragem nos caminhos mais tortuosos.
Este que não desconhece o mal, mas não o teme, pois não oscila na inabalável crença no poder de Deus...
...o olhar da ESPERANÇA.
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terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Bela Adormecida

Uma vez estava conversando com um grande amigo sobre a estória da bela adormecida.

As três bruxas más não foram convidadas para a grande festa que iria ter no castelo, e foi a partir daí que toda a confusão da história começou.

Trazendo para a nossa vida, todos os nossos problemas consistem no grande e eterno esforço de separar o que é desagradável, só convidando para entrar na nossa vida aquilo que seja do nosso interesse pessoal.

Não dá pra ser assim.

Existe no universo algum lugar onde poderiamos depositar tudo aquilo que consideramos ruim, desnecessário, sujo, feio e ali ficar sem nos incomodar?

Veja nosso planeta. Cada vez mais amontoamos lixo nos lixões. Amontoamos presos nas cadeia. Colocamos sujeira debaixo do tapete. Quando estamos doentes, tomamos comprimidos para comprimir a doença. Até quando é possível suportar esse acúmulo daquilo que queremos separar da nossa vida sem que um dia haja uma explosão?

Nada pode ser simplesmente deixado de lado, separado.

Observe na natureza. O que a terra faz com o lixo que depositamos nela? Transforma em adubo, e ainda nos devolve frutos, flores e ervas dos mais variados sabores e perfumes.

Quando nos empenhamos em separar o mal, ficamos cada vez mais adormecidos, não alimentamos o fogo do coração, aquele que é capaz de iluminar e irradiar a chama dissipadora de qualquer contexto obscuro.

Cultivemos sempre o bem, o belo, o harmonioso. Mas também acolhamos o mal, as tempestades, as dificuldades, as enfermidades, os ignorantes e com eles vamos desenvolver o poder da transformação, de uma química onde o elemento AMOR reage vitorioso com as mais diversas manifestações da vida, arrumando lugar para aquilo que queriamos separar, transformando-o em algo altamente luminoso e nescessário.

E dessa maneira o que é belo é cada vez mais contagiante, não se deixará dormir jamais, mantendo-se sempre de olhos bem abertos, para contaminar a todos.



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O CAMINHO

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Das mais diversas formas de ser e de fazer frutos são brotados. Glória às diferenças que nos traz abundância de sabores.

Claro que existe um jeito cada vez mais eficiente de se fazer algo. Mas em vez da angústia de querer executar algo de maneira perfeita, tratemos de reverenciar a natural imperfeição dos primeiros passos, uma vez que esteja aliada à determinação, à constância e à persistência.

Não existe perfeição, só o caminho.
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terça-feira, 1 de setembro de 2009

POR NÃO SABER

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Diante de tantos caminhos, tantas possibilidades...eu não sei de nada!

Diante do que podemos enxergar, dos detalhes que uma visão pode nos oferecer, da quantidade de sons que podemos ouvir...eu não sei de nada!

Quando não mais enxergar, o silêncio de estabelecer, eis que aí está alguma coisa.

Algo que não vejo, não escuto, não toco e que também não sei. Mas eis que por algum outro sentido, posso sentir.

Algo que nos mostra o caminho sem dúvidas, sem incertezas.

Tão íntimo e tão desconhecido, tão certo e tão fora de nosso controle.

Tão imenso, deslumbrante, tão indecifrável.

Glorifico e rendo-me então, ao porto seguro do coração.

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sábado, 29 de agosto de 2009

A dor, gadanho da alma.


Como um gadanho, que fura, arranha, remove a terra sem que ela possa ter controle algum pra onde está indo seus pedaços, as grandes dores da nossa vida tem o poder de revirar nosso interior, trazendo a tona emoções de várias naturezas, antes encobertas pela comodidade de uma vida tranquila.


O gadanho, tão indispensável a fertilidade da terra, é como a dor, que fertiliza a alma para as novas possibilidades da luz!