terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Bela Adormecida

Uma vez estava conversando com um grande amigo sobre a estória da bela adormecida.

As três bruxas más não foram convidadas para a grande festa que iria ter no castelo, e foi a partir daí que toda a confusão da história começou.

Trazendo para a nossa vida, todos os nossos problemas consistem no grande e eterno esforço de separar o que é desagradável, só convidando para entrar na nossa vida aquilo que seja do nosso interesse pessoal.

Não dá pra ser assim.

Existe no universo algum lugar onde poderiamos depositar tudo aquilo que consideramos ruim, desnecessário, sujo, feio e ali ficar sem nos incomodar?

Veja nosso planeta. Cada vez mais amontoamos lixo nos lixões. Amontoamos presos nas cadeia. Colocamos sujeira debaixo do tapete. Quando estamos doentes, tomamos comprimidos para comprimir a doença. Até quando é possível suportar esse acúmulo daquilo que queremos separar da nossa vida sem que um dia haja uma explosão?

Nada pode ser simplesmente deixado de lado, separado.

Observe na natureza. O que a terra faz com o lixo que depositamos nela? Transforma em adubo, e ainda nos devolve frutos, flores e ervas dos mais variados sabores e perfumes.

Quando nos empenhamos em separar o mal, ficamos cada vez mais adormecidos, não alimentamos o fogo do coração, aquele que é capaz de iluminar e irradiar a chama dissipadora de qualquer contexto obscuro.

Cultivemos sempre o bem, o belo, o harmonioso. Mas também acolhamos o mal, as tempestades, as dificuldades, as enfermidades, os ignorantes e com eles vamos desenvolver o poder da transformação, de uma química onde o elemento AMOR reage vitorioso com as mais diversas manifestações da vida, arrumando lugar para aquilo que queriamos separar, transformando-o em algo altamente luminoso e nescessário.

E dessa maneira o que é belo é cada vez mais contagiante, não se deixará dormir jamais, mantendo-se sempre de olhos bem abertos, para contaminar a todos.



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